segunda-feira, 27 de abril de 2009

Delírio Onírico






Era um pesadelo. "Eles" me perseguiam, ameaçavam,
Enquanto eu fugia, sem destino certo.
Não tinha idéia do que fazer,
A quem recorrer...
E as lágrimas desciam como que involuntariamente,
A raiva tomava toda essa infeliz existência.
Estava ofegante, já não enxergava direito.
Era o medo, o receio de nunca mais ser encontrada.
Desespero, nunca mais me encontraria, me enxergaria
Aceitar-me-ia...
Mas, triste é quando olho pra trás e percebo não haver ninguém,
Não passava da sombra da autocrítica me perseguindo,
E fazendo de mim menor...
Uma sombra do que desejaria ser...
Mas agora já é tarde, os sonhos já foram desfeitos.
Ideais esquecidos...
E a esperança jaz fria, sob seu epitáfio mais inexpressivo que a morte...


O grito




A questão é essa: estou cansada de meias palavras,
Meias verdades ou mentiras.É tudo falso, não posso tocar, e isso me obriga, a cada dia,
Ficar recriando realidades irreais, jamais vistas nem sequer sonhadas.
E assim o presente só não está mais passado que o futuro certo,
de rotinas e prolixas indagações.
A máquina de engolir homens está a todo vapor,
Mas ainda assim não vence a de destruir sonhos,
Esta serve para tirar o trabalho daquela...
Um homem sem sonhos é morto
E para que se ocupar dos mortos.
Já estão inertes
Não oferecem perigo algum.
Porém hoje a indagação é;
O que os faria reviver?
O amor?
Ah o amor. O amor de Shakespeare,
capaz de amolecer o coração mais petrificado...
Não, hoje o amor é quase um mito.
Vemos as pessoas se matarem em nome do amor inexistente.
A verdade?
O que é a verdade?
A amizade?
Sentimento puro, quase complacente?
Não, não, não...
Talvez não haja a matéria para essa ressurreição!
Mas temos o GRITO...
Sim,
Ao vir em um momento de puro ímpeto,
Esse soa como arma a quem declara revolução.
É capaz de expressar que o amor é uma amizade nada complacente,
Onde existe verdade, pulso, intensidade.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Aquarela...




Quero uma aquarela que me sacie a fome de vida, da presença,da ausência acompanhada. Mas quero também a escuridão da solidão que me norteia.
Sede que não passa, fome que se alastra, peste que me mata.
E a alma agoniza, mas não o faz silenciosamente;
grita como uma mulher em parto, que pensando em ser ouvida,
alguém salve em seu âmago a esperança.